tenho de escrever. tenho de pensar antes de escrever. não posso sentir. não, não tenho de escrever, tenho de reportar. não, já não posso criar, tenho de recontar. fria, analiticamente, suportada por gráficos, tabelas e p's, effect sizes e citações.
tenho de hipotecar algum tempo, penhorar a imaginação. parar e não sentir, só escrever, reportar. poderei reportar e escrever e sentir numa língua que não era a minha mas já quase se apropriou da chamada mãe? espero que sim. recuso-me a reportar apenas, fria, analiticamente. eu escrevo agora o que criei, tão apaixonadamente como quando elaborei um plano, concebi um design.
nestes meses (recuso-me a admitir que foram anos), fui engenheira informática, técnica de contas, matemática, secretária, professora, aprendiz, aluna, criativa, designer, filósofa, conselheira, relações públicas. para os próximos meses, serei apenas fulltime writer, com tudo a que tenho direito (criatividade e respectivos bloqueios incluídos)