Desactivar o facebook e decidir que se vai escrever mais, mas só muitos banhos e vinhos depois, voltar às palavras não-científicas. Com uma chávena de café, num quarto de hotel, impessoal como tudo tem sido, excepto retrieval-related-stuff. Pela minha janela, vejo como a downtown de Minneapolis é feia, olho-me ao espelho e o Hilton é um acumular de mau gosto e o azul não é, de facto, a minha cor. Vou acabar de fazer a mala e voltar a "casa".
11.19.2012
10.07.2012
A estupidez não se desvanece em meia dúzia de meses. Podem fazer-se teses de doutoramento e projectos e mudanças, mas a estupidez não desaparece. O talento inato para pegar em pequenos erros e fazer deles erros gigantes não desaparece. Foi o que andei a fazer nos últimos meses, entre acabar uma tese, um projecto novo, uma mudança de território, e as viagens habituais, arranjei tempo para me esquecer que as gaivotas estavam mortas. As gaivotas-zombies reapareceram e foi preciso matá-las definitivamente (os festivais de verão fizeram isso - e não, eu não fui a nenhum; mas usei outros eventos de verão para a cremação das gaivotas). Não gosto de ser linear, mas foi o que fiz e esta ligação era obrigatória. Já não devia falar mais das gaivotas, foram um erro tremendo e arrependo-me de tê-las deixado entrar (por vezes esqueço-me que foram elas que forçaram a entrada só para depois forçarem a saída). Saí desta história com vontade de tatuar o R e o H em cada um dos pulsos, só para facilitar as decisões de pessoas com uma personalidade encomendada pela internet e que pareço atrair repetidamente. Provavelmente, a culpa será minha, não fosse continuar rodeada de alguma genuinidade e acreditava mesmo nisso. Mas, a estupidez não se desvanece em meia dúzia de meses. Continua a ser verdade, mas o efeito dos testes repetidos (e podia usar referências bibliográficas) é mais forte. Por isso, por fim, aprendi; se houve transferência ou não, mais adiante se verá. Isto para dizer que, um funeral e um parto depois, estou de volta à escrita nonsense e ao egocentrismo virtual e barato. Agora tenho fôlego e tempo para dedicar à não-ciência e ao não-extremamente-aborrecido-lamento-pessoal. (mas em letrinhas pequeninas, porque estes meses foram apenas uma nota de rodapé).
5.02.2012
A pseudo-misantropia ecléctica é uma coisa que me aborrece, como o fascismo imposto pelos pontos finais em frases criadas dentro da anarquia mansa das vírgulas, aborrece-me e desgosta-me a coolness associada à pseudo-reclusão apoiada pela internet sempre ligada e a não-resistência ao papel de animal social, mas a sempre defesa da misantropia, não da pseudo-misantropia porque isso seria assumir que a fachada que se criou estala como craquelé dourado em cima de gesso barato, não acredito em misantropia propositada, acredito em rejeição e no cool que é parecer-se rejeitado e fazer de conta que se rejeita, a incongruência com o passado faz-me acreditar ainda menos em misantropia e muito mais em estados de falácia do super-ego, acredito em bonecos baratos de gesso que fazem com que o meu amor tenha pés de barro
(porque quem precisa de entidades reguladoras e/ou protectoras é porque não sabe auto-regular-se, porque os verdadeiros bons corações não têm medo de magoar com sinceridade, porque a sinceridade não me aleija, é a incongruência que me parte, e partiu)
3.20.2012
“the worst part is not to dry your own tears but to have only an empty spot to share the good news with”
It is not when the rest of the world comes tumbling down that I miss you the most.
I miss you the most when I feel bright and everything seems to be perfect except for your empty spot.
Using full stops makes me take this as simple descriptions of reality. After all, it is not a big deal that I did my job and got complimented for doing it. You couldn't care less and I shouldn't care at all.
The days progress regardless our lack of interaction.
I just want to transmute the love I still feel into hate. In order to move on, I must hate you for dragging me to your own chaos.
1.29.2012
Subverto a ordem, a causa, o objecto
A história repete-se por ciclos. O que foi dito num ciclo pode ser transcrito para descrever o ciclo seguinte, mudando os locais e os nomes dos intervenientes.
Posto isto, a ontogenia recapitula a filogenia.
E as palavras gastam-se, gastaram-se. E, ao relê-las, o ciclo avança e termina mais depressa.
Embora os ciclos não sejam lineares e, por preguiça, eu goste de saltar partes das estórias e alterar a ordem natural. Escrevo e omito, revisito, revelo o omitido num desenquadramento temporal que me é caro.
Declaro paixões não carnais que poderão parece-lo. Declaro apodrecimentos sensoriais que são, no fundo, carnais. Subverto a ordem, a causa, o objecto. Tudo o que eu escrevo não deverá nunca ser levado à letra.
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